sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Lálálálálálá

Coisas bonitas que se podem fazer com a voz.

De notar que ambos os cantores são pré-adolescentes, o que quer dizer que as vozes deles ainda vão sofrer alterações (principalmente a do rapaz).

Independentemente disso, o que interessa aqui é a voz solta e o uso da respiração (eu diria que eles não fumam...).

Controlo da respiração




O objectivo básico do controle da respiração é o de transformar a respiração áspera, ou pesada, numa respiração mais lenta e refinada. Uma vez que o corpo esteja imóvel e que a respiração esteja controlada, a mente naturalmente se tornará mais calma. Quando falamos de "controlar" a respiração, é importante lembrar que nós a controlamos, observando-a. Se tentar forçar a sua respiração a tornar-se calma, apenas causará problemas. A simples observação da respiração é o melhor modo de fazê-la ficar lenta e calma. As fontes chinesas geralmente reconhecem quatro tipos de respiração.


1. Respiração ventosa. Este tipo de respiração faz sons nas narinas.


2. Respiração irregular. Este tipo de respiração é quieto, mas é irregular e às vezes pára e começa.


3. Respiração não-refinada. Este tipo de respiração é quieto e regular, mas não é refinado. Não é tão confortável quando no quarto tipo de respiração.


4. Respiração correcta. Este tipo de respiração é quieto, regular, refinado, muito pacífico e agradável. Este tipo de respiração traz grande paz à mente e ao coração.


Este quarto tipo de respiração é mais rapidamente atingido, simplesmente observando a respiração. Se se tentar forçar a respirar ou a sentir-se de um certo modo, provavelmente falhará.


Controlar a respiração é obter domínio sobre as emoções. A respiração pode ser usada como um calmante natural.


Respirar é viver. Respirar correctamente é viver melhor. Através dos exercícios respiratórios, aprenderá a renovar as energias, a obter vitalidade e bem estar emocional.


Uma respiração completa é composta por três fases: abdominal ou diafragmática, toráxica e subclavicular.


Nascemos com a respiração abdominal. Observe um bebé. No entanto, muitos perdem esta respiração espontânea ao longo da vida, seja por questões posturais ou emocionais.


Aprender a respirar através do abdómen aumenta a sua capacidade respiratória e melhora a saúde em geral.


O diafragma é o músculo que divide o abdómen do tórax. Na aprendizagem da utilização da voz por actores, locutores e na arte do canto, ensina-se o domínio da respiração através do abdómen. O diafragma, por excelência, é o músculo da respiração. Numa respiração perfeita, inspira-se pelo abdómen e enche-se o tórax até atingir a região subclavicular (alto do peito). A expiração é o movimento inverso: alto do peito, tórax e abdómen.


Respiração Abdominal


Para reaprender a respirar correctamente pelo abdómen, recomenda-se que comece a praticar os exercícios deitado ou sentado. Portanto, deite-se, dobre as pernas com os pés separados e próximos das nádegas. Coloque as mãos sobre a barriga, em cima do umbigo. Inspire, sentindo a barriga subindo e expire, sentindo o abdómen descendo.


Se encontrar dificuldades, ponha um livro sobre o abdómen e brinque com ele, elevando-o e descendo-o várias vezes. Desta forma, activará o diafragma. Depois de algum tempo, fará este movimento sem o apoio do livro. A respiração estará correcta. Quando conseguir a espontaneidade do movimento, a sua respiração será satisfatória e produzirá em si uma sensação de calma.

(Este texto não é meu. Tirei-o de um site e, devido à hora tardia, copiei-o sem sacar o endereço, ou a referência. Agora não o consigo encontrar... O mesmo serve para o texto que se segue, «Descobrir a respiração». Sorry...)

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Descobrir a respiração

Localizar o diafragma

Coloque as suas mãos sobre a barriga. Pense que quer parecer mais magro e encolha a barriga; encolha-a mais ainda, solte-a completamente e a encolha novamente. Se conseguiu, acaba de achar o seu diafragma... Foi contraindo o diafragma que ficou mais magro. Preste atenção ao movimento de encolher a barriga; tente fazer o contrário, empurrando-a para fora. É justamente isso que precisará fazer, juntamente com a retenção do ar (eu sei que no começo "dói" um bocado, mas, para haver aperfeiçoamento, é necessário fazer exercícios como os descritos mais em baixo diariamente; é como se fosse uma ginástica, pois estamos a trabalhar com um músculo do nosso corpo). Tente agora inspirar lentamente e, com a entrada do ar, fazer esse mesmo "movimento com a barriga" (atenção: não é empurrar a barriga para a frente e depois inspirar; é inspirar, fazendo com que esse ar naturalmente empurre a barriga para frente). O que está a fazer é baixar o músculo do diafragma, permitindo com que os pulmões sejam cheios por completo de ar... Tente sentir o ar enchendo por completo os seus pulmões! Inspire, baixando o diafragma, e expire, relaxando-o... Muito bem, está a aprender a dominar o seu sistema respiratório e a aquecê-lo para uma correcta utilização...



Exercícios Básicos de Respiração

1) Inspirar lentamente, utilizando sempre a respiração diafragmática, e expirar lentamente, colocando as mãos, ora sobre a região abdominal (sobre a barriga), ora sobre a região costo-abdominal (sobre as costelas), percebendo a movimentação/expansão dessas regiões. Atenção para manter sempre o mesmo volume/intensidade de ar expirado, não oscile;

2) Inspirar, “reter/conter” esse ar por dez segundos, e expirar, provocando os sons: S, X, Z e F;

3) Repetir o exercício 2 e, ao expirar “com sons”, utilizar o Staccato;

4) Repetir o exercício 2 e, ao expirar “com sons”, realizar variações uniformes na intensidade (mais forte e mais fraco, soltando, respectivamente, mais ou menos ar).


OBSERVAÇÕES SOBRE OS EXERCÍCIOS DE RESPIRAÇÃO

Para fazer o exercício 2 deve-se "cerrar os dentes" (colocar os dentes juntos, pois o ar deve sair entre os dentes - ATENÇÃO: esteja consciente de qualquer tensão no maxilar ou nos lábios!). Tente prolongar ao máximo a duração dos sons produzidos; pouco a pouco, conseguirá aumentar a sua capacidade respiratória...

Para fazer o exercício 3: STACCATO = movimentos rápidos de contracção e relaxamento do diafragma. Lembre-se da ária da Rainha da Noite, da Flauta Mágica, de Mozart.

Para fazer o exercício 4: deve oscilar-se gradualmente a intensidade do ar expirado, do fraco para o forte, tentando manter um nível, como se fossem ondas que vão crescendo e quebrando, lentamente.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Provas Iniciais II

Foram já prestadas as primeiras provas: leitura e declamação. Não vou comentar aqui os resultados, pelo menos para já...


Em baixo, fica a lista dos textos e canções atribuídos por mim aos alunos:


Leitura:

«O fato novo do imperador» - Hans Christian Andersen
«A marioneta» - Johnny Welsch (texto falsamente atribuído a Gabriel García Márquez)
«Mahüra» - conto tradicional africano, transcrito por Patrícia Amaral
«Mocho comi» - conto popular português, transcrito por Teófilo Braga
«As componentes e as etapas do trabalho de actor» - Patrice Pavis
«O Menino da Lua e a Menina do Mar» - Kathy Silva
«O dia de receber pensão» - José Fanha
«O Sr. Director» - José Fanha
«Boa viagem, Sr. Presidente» (excerto) - Gabriel García Márquez
«Pedro Paulo Pereira Pires Pinto» - anónimo, a partir de um trava-línguas
«Ser ou não ser» - Shakespeare (Hamlet - excerto)
«Elogio ao amor» - Miguel Esteves Cardoso


Declamação:

«Mar Português - Fernando Pessoa (Mensagem)
«Cântico Negro» - José Régio (Poemas de Deus e do Diabo)
«Nau Catrineta» - Almeida Garrett (Romanceiro)
«Na idade dos porquês» - Alice Gomes
«Impressão digital» - António Gedeão
«Lágrima de preta» - António Gedeão
«O corvo e a raposa» - Bocage (tradução da fábula de La Fontaine)
«Amigo Frei João» - Bocage
«Amar dentro do peito uma donzela» - Bocage
«Liberdade» - Fernando Pessoa
«O guardador de rebanhos» (IX) - Alberto Caeiro
«Amigo» - Alexandre O'Neill

Canto:

«Balada das sete saias» - Trovante
«Jeremias, o fora-da-lei» - Jorge Palma
«A vida é feita de pequenos nadas» - Sérgio Godinho
«O charlatão» - Sérgio Godinho
«O Homem-Fantasma» - Sérgio Godinho
«O sopro do coração» - Clã
«Barca bela» - Teresa Silva Carvalho
«Desfolhada» - Simone de Oliveira
«Tourada» - Fernando Tordo
«Cavalo à solta» - Fernando Tordo
«Pedra Filosofal» - Manuel Freire
«À ribeira Mota» - Raul Indipwo

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Observatório do Algarve 29-10-2007











Os madrugadores do Sonho
29-10-2007 8:00:00


Chegam de todos os cantos do Algarve. Levantaram-se às quatro, cinco, seis da manhã. Mas, chegados à escola, recebem uma injecção de energia à prova de sono num curso de actores em Faro. Ainda madrugada, correm atrás de um sonho.





“Quando soube que tinha entrado, senti-me a pessoa mais feliz do planeta”. A frase, pouco comum num jovem que acabou de chegar ao 10º ano apenas porque lá chegou, exprime bem o clima quase eufórico em que vivem os 25 alunos de Artes do Espectáculo da Escola Secundária Pinheiro e Rosa, em Faro, que este ano estreou aquele plano de estudos.





Desde meados de Setembro que têm aulas práticas de interpretação, movimento e voz, a que se juntam as mais teóricas disciplinas de História e Cultura da Arte, Psicologia e outras, de um tronco mais comum, como Português e Informática.




Em todo o Algarve é o único curso profissional destinado a jovens que acabaram o 9º ano e querem pisar um palco e daí que muitos cheguem de longe para perseguir a sua quimera. De Alte, Quarteira, Albufeira, Vila Real de Santo António. Durante três anos aprenderão com actores, encenadores e outros formadores ligados ao meio artístico as subtilezas da interpretação e do movimento cénico.




A autora da frase acima, Sónia Correia, 20 anos, que jura sentir-se ainda a pessoa mais feliz do planeta, sonha aproveitar a equivalência ao 12º ano para dar o salto até ao Conservatório de Lisboa, mas tem consciência da “despesa que isso daria” aos pais e acaba por travar a ambição. “Talvez só se recebesse uma proposta, sei lá”, hesita, remetendo a decisão para a infinidade de três anos que dura o curso.




Para correr atrás do imenso desejo de ser actriz, Sónia trabalhou seis meses num supermercado da cidade onde vive, Vila Real de Santo António, amealhando o ordenado mensal de 450 euros, e estava disposta a arriscar tudo, chegou a ir a Cascais para se matricular num curso com as mesmas características do que agora frequenta.



Falar com o chapéu




“Já tinha apalavrado um quarto por 200 euros”, explica, não escondendo que as dificuldades da saída cedo se transformaram em revolta: “Porque é que temos que sair do Algarve para ser actores?!”, perguntava ela, numa carta que dirigiu à ACTA em Maio passado à qual nunca esperou que a companhia de teatro algarvia respondesse.




Mas respondeu. E foi aí que a pretendente a actriz soube que o seu sonho não tinha forçosamente que ser perseguido a 300 quilómetros de distância. “Fui a primeira a saber, logo em Junho, e depois fui a primeira a matricular-me, era mesmo isto que eu queria”, vinca a jovem, com um sorriso rasgado.
Durante as primeiras semanas de aulas, Sónia levantava-se todos os dias às quatro da manhã, obrigava o pai a sair de lençóis de propósito para a levar à estação, apanhava o comboio das 5:47, chegava a Faro e ia de “minibus” ou atravessava a cidade a pé para chegar à escola, no fim do bairro da Penha. Só retornava a casa às nove, outra vez noite fechada, para jantar e regressar à cama, sem direito a TV.




“Agora estou temporariamente em casa de uma tia em Faro e levanto-me às 6:30, para sair de casa às 7:30”, afirma Sónia, que nunca vacilou na decisão e jura que há-de ser actriz, “aqui ou em Lisboa”.




César Matoso, 16 anos, fica-se um degrau abaixo na escadaria das convicções: “Sei que quero pisar o palco, isso de certeza. Agora se para ser actor ou cantor, ainda não decidi”, duvida, ele que já participou em festivais juvenis na zona central do Algarve.




Momentos antes, em plena aula de voz, o rapaz de Alte (Loulé) explicava a um chapéu que tinha na mão que “Então, /Bate, bate coração/Louco, louco de ilusão/A idade assim não tem valor”, como se o chapéu fosse um amigo, em plena esplanada, a quem se conta a história engendrada por Carlos Paião.




Trocar a calculadora pelo palco



“Tens que sorrir, mesmo que ninguém esteja a olhar para ti, tem que se perceber que estás a sorrir”, explicava a actriz Patrícia Amaral (Tixa) ao moço de Alte que das primeiras vezes teimava em se concentrar mais na própria voz do que nos meandros da história em forma de canção.




Para estar na escola às 8:30, César tem que se levantar às 6:00 e, ainda noite cerrada, encetar a caminhada que o levará de um dos extremos da aldeia até à estrada nacional, onde apanhará o autocarro para Faro.




“Isto é muitíssimo cansativo”, reconhece o jovem, que confessa que, quando a fadiga ascende, “pondera” se, no fim, valerá a pena. Mas logo ressalva que, depois de umas aulinhas práticas, “nem que fosse o dobro do trabalho”, ainda assim valeria a pena.




Muito apoiado pelos pais, ambos animadores de infância em Alte, César esclarece que, no fim do curso, “gostava de ir e voltar” à capital, para aprender, mas não sabe ainda se terá pernas para o Conservatório. Até porque não sabe se chegará a actor ou, como Paião, contará histórias em forma de cantiga.




Se não estivesse no curso profissional da Pinheiro e Rosa, Iuri Rosa, 18 anos, andaria em administração, na Tomás Cabreira, mas, reconhece, muito menos feliz. Afinal, o curso arrebatou-o a sebentas e calculadoras e aproximou-o do mundo da música em que se mexe nas horas vagas, quando compõe música hip-hop.




“O meu sonho era ir para Lisboa, mas quanto ao Conservatório já não sei”, vacila o rapaz de Estói que acorda às 6:30 para chegar à paragem às 7:00, a tempo de apanhar o autocarro.




Com tão pouco tempo de dormida, reconhece que por vezes lhe dá o sono, sobretudo depois de almoço, mas logo as aulas práticas – as que lhe dizem mais –, estrategicamente distribuídas depois do almoço, se encarregam de o espevitar.




Iniciado este ano em exclusivo na secundária Pinheiro e Rosa, o curso de “Técnico de Artes do Espectáculo” deverá sofrer uma pausa no próximo ano lectivo. Em seu lugar, serão formados técnicos de luz e cenografia.Para já, durante os próximos três anos lectivos, 25 jovens provenientes das várias “margens”, campos e cidades do Algarve, chegam à capital “com um búzio nos olhos claros”, como no poema de Maria Rosa Colaço musicado pelos Trovante.

João Prudêncio

domingo, 28 de outubro de 2007

Provas Iniciais

Pois é.
Todos os alunos de Voz vão ter de prestar Provas Iniciais. As Provas serão filmadas e comentadas. No fim do ano (ou até a meio do ano...) vamos repeti-las, para ver se houve evolução.
É que, para mim, o que conta é o empenho, o rigor, a disciplina e a concentração. Um aluno médio ou fraco que trabalhe e evolua tem mais hipótese de vingar na carreira de actor do que aquele que, à partida, é mais forte, mas que pouco ou nada se esforça. O talento natural é algo que deve ser trabalhado, para que se possam superar constantemente os limites, não algo a que nos acomodamos.
Assim sendo, são estas as provas a prestar:
1: Leitura - ler um texto (escolhido por mim) de forma expressiva, respeitando as normas de dicção e respiração.
2: Declamação - dizer um texto (também escolhido por mim) de forma expressiva, previamente decorado, respeitando as normas de dicção e respiração.
3: Canto I - cantar uma canção em língua portuguesa, escolhida por mim, tendo em conta a dicção, a respiração e a interpretação.
4: Canto II - cantar uma canção em língua portuguesa, escolhida pelo próprio aluno, tendo em conta a dicção, a respiração e a interpretação.
5: Reflexão escrita - apresentar, uma semana depois das provas prestadas, uma reflexão escrita sobre o processo de preparação das Provas (dificuldades, facilidades, estratégias, caminhos, vitórias, objectivos cumpridos e não cumpridos, etc.)
É verdade, isto de se querer ser actor não é fácil. A questão é que passar por um processo destes (trabalhoso, stressante, às vezes doloroso) é extremamente enriquecedor. Somos confrontados com as nossas limitações, mas também com as nossas qualidades (muitas delas, desconhecidas até ao momento).
Como disse aos meus alunos, estas Provas não se destinam a avaliar talentos, mas sim a diagnosticar estados brutos e, sim, avaliar, mas a atitude, o empenho e a reacção a uma tarefa destas.
Amanhã, 29 de Outubro, vão ser prestadas as provas de Leitura e Declamação, pelo Turno 2. No dia seguinte, 30 de Outubro, é a vez do Turno 1 subir ao "palco" destas "audições".
Para a semana, nos dias 5 e 6 de Novembro, serão prestadas as provas de Canto.
E, finalmente, nos dias 12 e 13 de Novembro, os alunos entregarão (sem qualquer possibilidade de adiamento) as Reflexões Escritas.
Um bom trabalho para todos! Estou muito curiosa!

Exercício de dicção

As 3 leituras


Este é um exercício excelente para exercitar a dicção, especialmente num dado texto, que se quer trabalhar para se dizer/ ler. É importante conhecer-se previamente as normas básicas de dicção (controlo das sibilantes e das guturais, junção de palavras, etc.), para que não se calcifiquem erros, em vez de os eliminar. Importante, também, aproveitar para trabalhar a respiração.


1ª leitura

Leitura batida lenta de sílabas. Lê-se sílaba a sílaba, sem ligar à pontuação, ou à expressividade. Bate-se cada sílaba, exagerando a movimentação da boca: E-RA-U-MA-VEZ-O-ME-NI-NO-DA-LU-A-QUE-E-RA-UM-ME-NI-NO-QUE-VI-VI--NA-LU-A-E-QUE-NÃO-CO-NHE-CIA-MAIS-NA-DA-SEM-SER-A-LU-A-E-RA-U-MA-VEZ-E-ME-NI-NA-DO-MAR... O objectivo desta leitura é conhecer sílaba a sílaba e resolver problemas de específicos de dicção.


2ª leitura

Igual à primeira, mas rápida. Atenção: acelerar o máximo, dentro das regras de dicção e da clareza. A tendência, ao início, é correr pelas sílabas. O objectivo é treinar a musculatura dos articuladores, para que possam dizer frases rápidas com toda a clareza.


3ª leitura

Leitura expressiva. Ler o texto, agora respeitando a entoação, pontuação e expressividade, não descurando as normas de dicção trabalhadas nas leituras anteriores.


Quando aplicamos este exercício a textos que vamos ler ou dizer, os resultados são notórios, especialmente se o exercício for, nos primeiros momentos, acompanhado por um orientador, que não nos deixe cair em erros repetitivos. Faz-nos conhecer intrinsecamente a estrutura do texto (literalmente, sílaba a sílaba), a sequência das frases e as "zonas de perigo", bem como é excelente para ajudar a decorar!

Azazazazuis

Em português, quando uma palavra termina em sibilante s ou z, esta é, habitualmente, fricatizada: aj; asaj; azuij.

MAS se for seguida de palavra começada por vogal, passa a z: azazazazuij.

Outros exemplos:
eraumavezummenino
nãosejazassim
maizoumenoj
todozozindícioj

Para os algarvios, a manutenção da fricatização final faz parte da idiossincrasia linguística regional, o que exige alguma atenção, na hora de contraiar esta tendência. Para exercitar isto, veja o exercício das 3 leituras. Um truque: leia o texto e identifique todos estes casos. Saliente-os, da forma que melhor se adaptar a si, com marcas escritas. Desta forma, quando for ler o texto, é avisado da aproximação destas "zonas de perigo". Com o tempo, esta e outras normas de dicção corrente acabarão por serem assimiladas pelo seu cérebro e pela sua musculatura, tornando-se parte dos seus hábitos, e não terá de se preocupar mais com elas.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Setembro de 2004


Teatro Lethes: «Vamos contar-lhe histórias! - Parte I»

Uma de duas noites em que os contadores de histórias tomaram conta do palco do Lethes. Houve lobos e capuchinhos à solta e até o fantasma da bailarina se veio sentar na plateia, para ouvir a sua própria história!

Aqui, estou a contar a Sheherazade.


sábado, 20 de outubro de 2007

Considerações sobre Teatro I



«Afinal, o teatro, onde tudo começa, baseia-se num jogo de engano mútuo. O actor finge ser alguém que não é e o público suspende voluntariamente a sua descrença. É um jogo de confiança, no qual as duas partes correm o risco de sofrer a humilhação de fazerem papel de parvas. Ao partir do princípio de que o público lhe concederá o tempo e a atenção necessários para desenvolver a sua arte, o actor torna-se vulnerável à atrapalhação do fracasso. Em troca, o público depende dos dotes do actor para não se sentir idiota por ter acreditado. Quando é bem negociado, toda a gente pode ganhar com este contrato. A recompensa é aproximadamente uma hora de pensamento colectivo mágico – e inofensivo.»





«Tal como na vida real e independentemente do cenário, uma representação resume-se a uma série de opções, cada uma das quais condiciona a seguinte. Por mais inesperado que seja, tudo o que sucede enquanto esta dura – um acessório perdido, outro actor que, inexplicavelmente, se afasta do guião e começa a improvisar, ou até as paredes do cenário a desabarem sobre o palco – tem de ser integrado. De outro modo, mais vale descer já o pano.»


Michael J. Fox, Um homem de sorte, Lisboa, Ed. Bizâncio, 2002




Uma viagem bastante completa pelo mundo do Teatro (em Português do Brasil):

Mais Cordas Vocais




Não, não é um fetiche. Gosto destas miúdas, pá! Se não fossem elas, como é que eu contava histórias? Como é que eu namorava ao telefone? Como é que eu dizia palavrões, quando preciso? Como é que eu gritava para avisar alguém de perigo? Como é que eu dava nas orelhas aos meus alunos? Como é que...




Ok, vou parar. Mas vejam lá se não são lindas! Tão... Femininas... ;)







Aparelho Fonador



1 - Traqueia

2 - Laringe

3 - Pregas ou Cordas Vocais

4 - Faringe

5 - Cavidade Oral

6 - Cavidade Nasal

7 - Palato Mole

8 - Dentes

9 - Língua

10 - Lábios

11 - Palato Duro

Ausentes da figura - Pulmões

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Cordas ou pregas vocais


E aí estão elas!




As nossas pregas vocais! São lindas, não são?


Abertas durante a respiração e vibrantes durante a fonação, como a boca de um balão!



NOTA: esófago, na figura abaixo, tem acento circunflexo, porque é Português do Brasil.



Dizer | Falar | Contar

Dizer Falar Contar gostaria de ser um blog de partilha de tudo o que tenha a ver com a voz humana: técnicas, exercícios, emoções, coisas a dizer, relações pessoais com a voz...

Mais do que isso, Dizer Falar Contar pretende ser uma ferramenta de apoio on-line aos meus alunos de Voz, que estão agora a dar os primeiros e tímidos passos no maravilhoso mundo da Voz.

Amigos, isto é para vocês!